quinta-feira, outubro 25, 2007

Os carros

Já tentei muitas vezes explicar o motivo porque gosto de carros. Muitas vezes não consegui.
Provavelmente, meio mundo gosta de carros. Homens então, devem ser quase todos.

Mas acho que o meu motivo é diferente, eu não me apaixono pelo carro como um todo.
Não sinto paixão pelo carro mas antes pela engenheira nele envolvida.
Gosto das partes moveis. Gosto de me lembrar de como tudo gira a uma velocidade enorme e, ainda assim, tudo se move em sintonia. Das forças envolvidas como a da maxila no disco, a quando de uma travagem.
Soa a algo banal e até insignificante, mas eu gosto de como tudo se move em harmonia. Toda a peça, por mais pequena que seja, a fazer o seu papel. Quase que posso fazer uma frase poética e dizer que gosto de ver que um motor continua a trabalhar minuto após minuto...

Gosto do barulho. Não porque é alto ou baixo ou agressivo ou suave. Gosto porque consigo ouvi-lo a falar comigo. A dizer-me se está a trabalhar bem ou mal.


Não gosto de carros como um todo. Não gosto carros por fora. Não me diz nada.
Gosto do que está escondido, das coisas em que "ninguém" pensa. Gosto de tudo o que está entre o pedal e as rodas, que é o que realmente faz com que ele se mexa. Como já disse, gosto da engenheira neles envolvida.


Nota final: Da forma como está escrito, isto parece uma visão muito platónica e apaixonada da coisa. Mas não é. De facto, eu não consigo entender as pessoas que desenvolvem amores platónicos pelos carros. Gosto deles, mas não é nenhum amor incondicional.

3 comentários:

mv disse...

Como eu te compreendo! A emoção que a junta da válvula da correia de transmissão, que fica localizada no vértice ascendente do medidor de de 'coiso', é algo que me dá grande deleite.

Helicópteros, isso sim me deixa extasiado!

Carolina disse...

Não nutro uma paixão especial por carros... nutria mais por um que fosse meu!! x)

Ai qd esse dia xegar...

Carolina disse...

Sim, sim.. o texto é meu. Obrigada plo elogio. :)

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